Manufatura de Tabaco de Chiaravalle
Vista aérea da manufatura, século XX. Fonte: Le fabbrich del tabacco in Italia (2012).
Ocupação: Na planta original, de 1808, há a composição de 4 blocos. O edifício central é interligado na sua entrada principal por 2 edifícios rotacionados como um “Y”. Também é interligado na parte de trás por um grande edifício com um pátio interno. A fachada principal é voltada para noroeste. Ambientes amplos, apesar da existência de pilares internamente em todos os edifícios. Na região dos edifícios existentes houve um aumento da área do terreno, instalando assim o novo anexo. Essa área possuía o dobro da área existente em 1878. Posteriormente foram construídos anexos nas laterais deste novo edifício, formando 2 pátios internos.
Quantidade de pavimentos: 2 a 4.
Cobertura: O edifício central e os dois interligados são de laje aparente com platibandas, sendo que o central possui lanternis. O edifício de trás é de telha cerâmica de 4 e 2 águas, sendo que em uma das partes há o uso de sheds no centro do telhado. Os edifícios mais recentes são também em telha cerâmica de 4 águas e alguns de laje aparente.
Esquadrias: Não há descrições ou imagens que permitam a identificação do tipo de esquadrias das portas e janelas não são identificáveis.
Estilo arquitetônico/ Elementos decorativos: Aparenta haver o uso de frisos em algumas partes do edifício, porém não é visível com clareza.
A cidade de Chiaravalle foi inicialmente uma vila construída ao lado do rio Esino. A região era propícia para uma fundação de uma manufatura de tabaco, pois tinha um solo bom para a plantação das folhas e também um canal (rio) adequado para essa produção, já que a velocidade da água era propícia para os moinhos hidráulicos.
O século XVIII e XIX foram de grande produção do tabaco na região; eram produzidos pelo povo local em uma fazenda ao lado do rio Esino. Com o grande aumento de consumo do tabaco por parte dos militares em 1808, a pequena fábrica da fazenda foi demolida para dar lugar à nova e grande manufatura de Chiaravalle. O engenheiro Fabbri Pergola projetou a manufatura pensando na forma de produção e na qualidade de trabalho dos funcionários. Criou um edifício central que era utilizado para moer o tabaco. Todo o processo era feito por moinhos através da energia hidráulica.
Em 1867 uma comissão do Ministério de Finanze fez uma vistoria ao edifício da manufatura de Chiaravalle e acusou um péssimo estado de conservação do edifício. Não tinha ventilação, nem iluminação adequada, os moinhos eram agora primitivos e em más condições de funcionamento.Nessa mesma época, por volta de 1869, ficou decidido que para um melhor desenvolvimento econômico da manufatura, a mesma deveria focar na produção do pó de rapé.
Por volta dos anos de 1900 a produção da manufatura era a única em vigor na cidade de Chiaravalle.
Documentos da fábrica apresentam a seguinte descrição do processo de produção: O andar térreo funcionava como um armazém para a retirada das folhas, apresentando alguns equipamentos para a pesagem e embalagem das folhas de diferentes escalas; A fábrica também recebia folhas provenientes de outros países, já pesadas e embaladas; Após essa pesagem e embalagem eram enviadas para o processamento, onde então seriam separadas conforme seu destino: se era pó de rapé ou folha, cada uma seguiria um curso diferente, pois iriam produzir cachimbos e charutos.Separadas cada qual seguia para uma sala próxima e eram submetidas a água normal ou água salgada. Com isso eram encaminhadas ao segundo pavimento da fábrica para tirar os “talos” das folhas. Eram moídas e depois enviadas para a triagem. A farinha produzida com o tabaco era transferida para outra sala onde era armazenada e separada pela qualidade de cada pó. Com isso essa farinha era pesada e embalada e colocada no mercado.
PEDROCCO, Giorgio. La Manifattura Tabacchi di Chiaravalle dalle origini ala prima guerra mondiale . IN: CHIERICI, Patrizia; COVINO, Renato; PERNICE, Francesco. Le fabbrich del tabacco in Italia. Torino: Celid: 2012, 147-162.
