Fábrica Leite & Alves
Fachada principal do edifício voltada para a Rua Engenheiro Lauro de Freitas. Foto: Luciana Guerra (2009).
Ocupação: O conjunto era composto por uma série de edifícios ocupando um quarteirão quase em sua totalidade; formado por: antigas casas e sobrados adaptados e novos galpões construídos para a fábrica. O interior do quarteirão também era ocupado por edificações, havendo poucos espaços livres.
Quantidade de pavimentos: 1 a 3.
Cobertura: Em telha cerâmica, sendo que os galpões novos apresentavam lanternins.
Esquadrias: Os antigos sobrados apresentavam esquadrias em madeira. Não foi possível identificar o tipo de esquadrias originais dos galpões.
Estilo arquitetônico/ Elementos decorativos: Os galpões eram compostos com platibanda e frisos ao longo de suas fachadas. As esquadrias das portas de entradas dos galpões são marcadas por frontões curvilíneos e marquise delgada.
As instalações da fábrica ocupam grande parte de um quarteirão, denominado “Quarteirão Leite & Alves”, com fachadas voltadas para quatro logradouros: Praça Manoel Vitorino, Rua Monsenhor Tapiranga, Travessa Comendador Albino e Rua Engenheiro Lauro de Freitas. Não existem muitos registros iconográficos da antiga fábrica, cujos edifícios chegaram ao século XXI completamente arruinados.Os galpões voltados para a Rua Monsenhor Tapiranga provavelmente foram construídos para a transferência da fábrica que funcionava da cidade de Salvador, pois as fachadas possuem uma datação de 1935, ano anterior da transferência.
Já o sobrado de maior gabarito, voltado para a Rua Engenheiro Lauro de Freitas e a casa vizinha, foram adaptadas para os serviços fabris. Os galpões construídos para a fábrica são térreos, no sentido transversal à rua. Apesar de apresentarem uma tipologia industrial, existe uma preocupação com a decoração da fachada.
A antiga Fábrica Leite & Alves, em Cachoeira, foi transformada numa das sedes da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFBR), inaugurada em 2006.
Conforme o levantamento cadastral de 2003 executado pelo programa Monumenta, a maior parte dos edifícios se encontravam em ruínas. A estrutura interna da fábrica já estava quase toda demolida, restando praticamente as fachadas, algumas paredes do sobrado de maior gabarito do complexo e a estrutura do telhado de um dos galpões voltados para a Rua Monsenhor Tapiranga. Havia também pequenos galpões construídos sobre as ruínas da antiga fábrica.
A implantação da universidade se configurou basicamente na restauração das fachadas e reconstrução da volumetria dos edifícios voltados para rua. Para diferenciar paredes novas e antigas do sobrado de maior gabarito, que estava parcialmente arruinado, as paredes antigas foram deixadas sem revestimento de argamassa.
MOTA, Luciana Guerra Santos. Manufaturas de fumo do Recôncavo Baiano: vestígios de patrimônio industrial. Tese de doutorado em Arquitetura e Urbanismo. Salvador: PPG/AU/UFBA, 2014.
Coposto por diversos tipos de edifícios situados num mesmo quarteirão: sobrados e casas residênciais, galpões construídos para uso como fábrica e mais uma edificação longilínea voltada para a Travessa Comendador Albino, sem registro de ano de construção ou uso original.
