Patrimônio Arquitetônico Industrial

Companhia de Navegação Bahiana

Localização: 
Rua dos Tamarindeiros da Penha e Rua da Penha, Ribeira.
Período da construção: 
1948.
Arquitetos: 
Sem informação.
Área: 
Sem informação .
Uso original: 
Estaleiro.
Uso atual: 
Depósito da Polícia Civil (em 2011).
Proteção: 
Nenhuma
Estado de conservação: 
Em 2011 era precário. Houve uma reforma que alterou bastante as características do conjunto.

Vista do conjunto a partir da Rua dos Tamarindeiros da Penha. Fonte: Aline de Carvalho (2011).

Descrição da edificação / conjunto: 

Implantação: O conjunto foi implantado num lote de esquina, próximo ao largo da Ribeira. Tendo seu entorno composto por edificações residenciais e de prestação de serviço. 

Ocupação: Os edifícios ocupam longitudinalmente todo o lote no qual estão inseridos. 

Quantidade de pavimentos: 1 a 2.

Cobertura: Na Rua da Penha podem ser observadas duas fachadas que terminam em arco, porém apenas uma delas corresponde ao telhado em abóbada. A outra esconde os três telhados em duas águas. Nas fachadas da Rua dos Tamarindeiros da Penha esses telhados podem ser claramente observados.

Esquadrias: A primeira fachada da Rua da Penha (que esconde os três telhados) apresenta janelas três janelas de cada lado, três sobre o portão e mais uma a cada lado do portão. As janelas apresentam caixilhos metálicos e com vidro; apenas as janelas da direita encontram-se fechadas. A outra fachada em arco apresenta um portão e elementos vazados, alternados com áreas fechadas.Nas fachadas da Rua dos Tamarindeiros da Penha existe um portão de acesso metálico e janelas com elementos vazados. Na janela do pavimento superior do edifício central os elementos vazados foram cortados para a inserção de uma janela. As portas deste edifício e do outro à sua direita encontram-se fechadas (certamente com alvenaria de tijolos).

Estilo arquitetônico/Elementos decorativos: As fachadas estavam (em 2011) em estado precário, com a argamassa fissurada, permitindo o crescimento de vegetação e entrada de água. Encontravam-se também escurecidas, com pichações e propagandas políticas pintadas, principalmente nas fachadas da Rua da Penha. Não foram obtidas novas informações após a reforma.

Dados históricos: 
A Companhia de Navegação a Vapor Bahiana Steam Navigation Company Ltd. formou-se com a fusão de duas outras companhias de navegação, a Bomfim (1846 – 1859), e a Santa Cruz (1852 – 1862). A nova companhia tinha, inicialmente, sede em Londres e, posteriormente, a partir do ano de 1878, na Bahia. Em 1873, passou a se denominar Companhia de Navegação Bahia, de propriedade do Estado, sob a jurisdição do Departamento de Obras Públicas do Governo do Estado, e em 1891 foi adquirida pelos proprietários do Lloyd Brasileiro. (CARVALHO, 1915; LLOYD, 1913)
 
No ano de 1892 a Companhia Lloyd Brasileiro instalou-se na região da Ribeira, aparecendo já nos primeiros livros do IPTU, com edifícios na Rua da Penha, nº 4, e na Ponta de Areia, nos 125 a 131, onde funcionavam fundição, oficinas, escritório, depósito e almoxarifado. Em 1933 tem-se a primeira aparição da Companhia de Navegação Bahiana nos livros do IPTU, em edifícios da Companhia Lloyd Brasileiro, muito provavelmente os mesmos citados anteriormente. A Rua da Ribeira foi um espaço muito disputado pelos donos de estaleiros e de docas devido à reentrância da enseada, favorável às manobras e conserto de barcos.
 
Em 1948 a Companhia de Navegação Bahiana construiu três dos edifícios do conjunto. No Atlas de 1956 podem ser observados estes três edifícios e a companhia possuía um edifício do outro lado da Rua da Penha. O edifício com cobertura em abóbada e o da esquina (que não se pode afirmar fazer parte do conjunto) ainda não existiam.
 
Os edifícios que existiam anteriormente da Companhia de Navegação Bahiana tinham localização próxima ao sítio atual. Segundo os projetos do AHMS os edifícios dessa companhia estavam localizados mais próximos aos edifícios da fábrica de tecidos Nossa Senhora da Penha.
 
Hoje o conjunto é ocupado pela Polícia Civil, servindo de depósito, segundo informações de um funcionário do edifício. Em notícia do Diário de Justiça do Estado da Bahia (DJBA) de 10/05/2012, pg. 323. Caderno 2, foi preso um indivíduo residente e domiciliado na CNB-Companhia de Navegação Bahiana, fim de linha da Ribeira, em 19 de abril de 2012. Com essa informação pode-se suspeitar que os edifícios tenham sido invadidos, porém esta informação não foi aferida.
 
Outras informações: 

Na área da marina da Companhia de Navegação Bahiana foi instalada a Marina da Penha, que foi a de maior capacidade durante as décadas de 1970 e 1980.

Link Google Maps: 

https://goo.gl/maps/GCBPZx4uMv217PFL9

Referências: 
CARVALHO, Carlos Alberto de. Tradições e milagres do Bonfim. Bahia, Typografia Bahiana, 1915.
 
LUTHER, Aline de Carvalho. Patrimônio arquitetônico industrial na península de Itapagipe: um estudo para a preservação. 2012. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2012.
 
LLOYD, R. Impressões do Brazil no Seculo XX: sua historia, seo povo, commercio, industrias e recursos. Londres, Lloyd’s Greater Britain Publishing Company, 1913. Versão digital, com ortografia atualizada, nas páginas do site Novo Milênio. Disponível em: < http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g00.htm>. Acesso em 14/06/2012.
 
Data do Preenchimento: 
terça-feira, 27 Julho, 2021
Pesquisador Responsável: 
Aline de Carvalho e Marcelo Rodrigues
Data da revisão: 
segunda-feira, 16 Agosto, 2021
Responsável pela Revisão: 
Aline de Carvalho